Em Pitangueiras se a lua é cheia…

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Foto de meu smartfone de então, que não eta muito smart…

Gente saudável, bronzeada,

Moços e moças altas, esbeltos,

Meninas graciosas, potrancas de raça

Orgulhosas

De seus peitinhos empinados,

Ou não;

Garotos atléticos, porte apolíneo,

Dionisíaco…

Patricinhos, nem tanto, e muito menos,

Misturados sem preconceitos;

Gente alegre,

Álacre passeia.

Namorados sonham com o que não sabem;

Estes, embevecidos, armam um beijo,

Ela, lábios semiabertos esperando

O mel que trocarão,

A promessa

Que talvez virá…

Velhinhos como eu

Sós ou em pares

Passeiam,

Sorvem as ondas sonoras

Do mar,

O encanto que esta lua

Tantas outras nos traz

Guardadas na memória

Que agora

Desabrocham.

Cachorrões e cachorrinhos

Passeiam seus donos,

Como o Totty,

Meu Schnauzer vetusto,

A mim me leva.

Do longo calçadão

Nos bancos

Muita gente goza

Da fresca noite de quase outono

Famílias quase silentes

Em contemplação,

Outras em ruidosas curtições;

Grupos de jovens sarados

Papeiam seus papos só deles

Cervejinha ou Coca Cola,

Cigarros quase não,

Quase sempre um violão…

E há os solitários,

Sentados de costas pro mundo

Voltados, em direção

Às ondas, ao marzão que se acaba

Em distante, também marinho,

Escuro azul horizonte

Ensimesmados

Cismando, pensando muito,

Ou nada.

Há futebol, há vôlei na areia,

Gritaria, alegria,

Gente pobre, gente rica,

Com garra ainda

Depois de sol e mar

Curtidos,

Depois do trabalho

Carregando, armando,

Barracas, guarda-sóis,

Distribuindo

Bebidas e petiscos;

Ou depois de duro esforço,

Sei lá onde, tanto suado,

Do mesmo sol, mesmo calor,

De que me sirvo e sorvo.

Casais, muitos casais,

Passeiam seus bebês em carrinhos,

Este aqui de gêmeos!

Profusão de mais gentes

Que, com muita sorte,

Poderão como seus pais –

Descontraídos parece –,

Assim um dia desfrutar

Em harmonia,

Outras cheias

Ricas searas,

E luas cheias.

Em Pitangueiras

Lua, sol, sem e com chuva,

No calçadão, nas ruas,

Todos são alegres, sorriem,

Se desejam bom dia,

Boa noite,

Bom passeio.

Muitos carrancudos, ranzinzas,

Grosseiros

Há também; mesmo assim,

“Too few to mention”.

Olho, escuto, penso que vejo,

Multidão de coisas únicas

Cada uma e uma só

Personalidade, pessoa,

Consciência, sentimentos,

Que se encanta consigo

Com seus próprios e únicos

Pensamentos

Ou umbigos.

Pitangueiras,
Seus encantos, sua beleza, seus segredos
Nativos e residentes de longa data
Contarão a quem vier e quiser.

Venha!

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Flavio Musa de Freitas Guimarães
Flavio Musa de Freitas Guimarães

Written by Flavio Musa de Freitas Guimarães

Already watching the eighty-eight turn of the Earth in curtsy around its King, I’m an engineer that became a writer, happy, in perfect health, body and mind.

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